Quase 50% das gestações no mundo são gravidezes não planeadas

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Estudo das Nações Unidas estima que há 121 milhões de gravidezes indesejadas por ano. No primeiro ano da pandemia de covid-19, a interrupção no fornecimento de serviços e contracetivos levou até 1,4 milhões de gravidezes não planeadas.

As gestações não planeadas representam quase metade do total de gravidezes no mundo, totalizando 121 milhões por ano, revelou hoje o Fundo das Nações Unidas para a População, que fala numa crise global.

Cenários de guerra e de emergência humanitária, como o que se vive na Ucrânia, criam condições para que as gestações não planeadas “aumentem ainda mais”, adverte a organização num relatório sobre o Estado da População Mundial, intitulado “Vendo o Invisível”.

“Quase metade de todas as gestações, num total de 121 milhões por ano, são indesejadas”, referem os autores do estudo, sublinhando que para as mulheres e meninas envolvidas, o facto que mais altera a vida – engravidar ou não – “não é de todo uma opção”.

No relatório de 2022, os peritos alertam para a necessidade de agir perante uma “crise negligenciada”. “Espera-se que a guerra na Ucrânia e outros conflitos e crises no mundo aumentem as gravidezes não planeadas, à medida que se interrompe o acesso a contraceção e aumenta a violência sexual”, lê-se no documento.

Para a diretora executiva do Fundo, Natália Kanem, o “número impressionante” de gravidezes não planeadas representa “um fracasso global” na garantia dos direitos humanos básicos das mulheres e meninas.

De acordo com os dados recolhidos, 257 milhões de mulheres que querem evitar uma gravidez não usam métodos contracetivos modernos e seguros e quase um quarto não tem condições para recusar sexo. Em 47 países, cerca de 40% das mulheres sexualmente ativas não usa qualquer método contracetivo para evitar a gravidez.

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Vários outros fatores contribuem para a gravidez não desejada: falta de cuidados de saúde e de informação sobre saúde sexual e reprodutiva, opções contracetivas desadequadas ao corpo das mulheres mulheres e às circunstâncias, normas prejudiciais e estigma contra as mulheres que controlam os seus corpos e fertilidade, violência sexual e reprodução forçada, atitudes de julgamento e vergonha nos serviços de saúde, pobreza e estagnação económica, bem como desigualdade de género.

“Todos estes fatores refletem a pressão que as sociedades exercem sobre as mulheres e meninas para que se tornem mães”, adverte a organização.

No primeiro ano da pandemia de covid-19, a interrupção no fornecimento de serviços e contracetivos levou até 1,4 milhões de gravidezes não planeadas.

FONTE: EXPRESSO

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